segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Seleção das Escolas

A Seleção das Escolas priorizou a definição de critérios de seleção, a escolha do conteúdo da apresentação inicial e a estratégia de divulgação junto às escolas da região.

Para seleção das escolas foi estabelecido que as 155 escolas da região da grande Florianópolis seriam convidadas para evento de apresentação da iniciativa através de comunicados internos da Gerência de Educação encaminhados há 10 e 3 dias do evento. Visando conhecer melhor cada escola e verificar o interesse pela proposta, as instituições participantes foram convidadas a responder questionário com informações básicas. A partir destes questionários, conforme necessidade as escolas poderiam ser visitadas para seleção final. Nossa equipe priorizou uma distribuição geográfica que privilegiasse diferentes contextos locais, assim como uma gestão pedagógica, administrativa e estrutura física específicas.  

Na apresentação inicial foram apresentadas as bases filosófica que norteiam o desenvolvimento do Programa, além de seus objetivos e um resumo da metodologia. Nesta atividade buscou-se evidenciar obstáculos e possibilidades previstos para a construção coletiva dos resultados. 

O evento de divulgação inicial foi realizado no dia 13/08/2009 (quinta-feira) às 9:00 horas no auditório da Gerência de Educação. Das 155 escolas notificadas estiveram presentes 13 escolas. E destas, apenas 07 (sete) devolveram os questionários respondidos.

A partir d a sistematização dos questionários e de uma reunião para análise dos mesmos, através dos critérios estabelecidos, foram selecionadas 4 (quatro) escolas. Foi discutida a possibilidade de realização de outro evento devido à pequena resposta das escolas. Entretanto, devido o critério de interesse, e por se tratar de uma etapa exploratória que, além da realização das intervenções na escola visa pesquisar e sistematizar dados sobre a construção de ações socioambientais, concluiu-se que a presença na reunião e a devolução dos questionários já seriam dados importantes para futuras reflexões. Desta forma, no caso de realização de outro evento estaríamos “mascarando” informações importantes no que se refere ao interesse e participação espontânea das escolas na construção de ações socioambientais.

As escolas selecionadas foram: A Escola de Ensino Médio Osmar Cunha (Canasvieiras) e a E.E.B. Getúlio Vargas (Saco dos Limões) em Florianópolis, a E.E.B Profª Nicolina Tancredo na Palhoça e a E.E.B Aldo Câmara em São José.

As quatro escolas têm um total de aproximadamente 150 professores, além de gestores e funcionários. Somam cerca de 3000 alunos e retratam diferentes comunidades da região da Grande Florianópolis. Da mesma forma, a estrutura física das unidades escolares apresenta-se heterogênea com escolas mais novas e antigas, com diferentes possibilidades e limitações, assim como a gestão administrativa e pedagógica diferenciadas.


Parcerias iniciais

O Programa consolidou parcerias junto à Secretária de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis através de sua Gerência de Educação, a Universidade Federal de Santa Catarina e Ministério do Meio Ambiente através da Sala Verde UFSC. 
As ações de articulação visam criar condições propícias para sustentabilidade do Programa e ampliação dos resultados da iniciativa.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Artigos para reflexão

Materiais de sensibilização - Criança a alma do negócio


Este documentário reflete sobre questões socioambientais contemporâneas e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas. O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumas. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada. Contundente, ousado e real este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.

Confira o documentário na integra no site do instituto Alana

sábado, 11 de dezembro de 2010

Materiais de sensibilização - Números globais

O site BreathingEarth.net apresenta informações em tempo real sobre emissões de gás carbônico, natalidade e  mortalidade. A iniciativa possibilita a reflexão sobre a temática socioambiental contemporânea a partir de dados quantitativos globais. Confira!

    

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Materiais de sensibilização - A História das Coisas (The Story of Stuff)


A História das Coisas (The Story of Stuff)
Este vídeo muito conhecido foi utilizado como objeto de reflexões e questionamentos. 
Se você não conhece, vale a pena assistir. 

Princípios - AutoConhecimento

O AutoConhecimento é processo permanente no despertar de uma nova sociedade do conhecimento . Por isso, recomendamos que conheçam o site www.inspiira.org. A iniciativa objetiva Alavancar o desenvovimento do potencial humano através de ferramentas gratuitas de auto-descoberta e disseminar o respeito e a apreciação pela diversidade psicológica tanto no meio pessoal quanto no profissional.  No site você encontrará um teste de personalidade on-line e gratuito. Estruturado a partir da metodologia MBTI (Myers-Briggs Type Indicator) deriva das tipologias criadas por Jung que podem ajudar a nos conhecermos melhor.
                                                                                  
Teste de Personalidade | Inspiira.org

                            
                                                                  Vale a pena conferir!!


Crise Socioambiental Contemporânea

A reflexão sobre a crise socioambiental contemporânea deve ir além de simplesmente elencarmos causas e conseqüências de determinadas situações de degradação ambiental ou de injustiça social. Nossa reflexão deve permear os diferentes níveis da crise; como eu, o grupo social no qual estou inserido, a empresa onde trabalho, a população da minha cidade, do Brasil, do mundo, através de nossas relações, culturalmente estabelecidas, reproduzimos e/ou transformamos este cenário de crise.

Milton Santos - no livro Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. - retrata que vivemos um período que é uma crise. O autor sustenta que a história do capitalismo sempre foi marcada por períodos de tempo com certa coerência entre suas variáveis significativas. E que estes períodos são antecedidos e precedidos por crises. Entretanto, este período globalizado, analisado como período apresenta variáveis que instalam-se em toda parte e a tudo influenciam, direta ou indiretamente. E visto como crise, as mesmas variáveis construtoras do sistema estão continuamente se chocando exigindo novos arranjos. Para o autor o processo de crise é permanente, através de crises sucessivas que evidenciam uma crise global estrutural. “Por isso, quando se buscam soluções não estruturais, o resultado é a geração de mais crise”.


Frijot Capra - no livroA teia da Vida: Uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. - nos da a conotação que “em última analise, esses problemas precisam ser vistos, exatamente como diferentes facetas de uma única crise, que é, em grande medida, uma crise de percepção.”

Carlos Walter P. Gonçalves - no livro Os (des)caminhos do meio ambiente. - é possível dizer que a separação homem-natureza é uma característica marcante do pensamento dominante do mundo ocidental, com sua matriz filosófica alicerçada na Grécia e Roma clássicas. Evidenciada através de uma postura dicotomizada, parcelada, oposta, entre homem e natureza.

Boff (2004) relata que o objetivo básico foi bem formulado pelos fundadores do paradigma moderno (Galileu Galilei, René Descartes, Francis Bacon, Isaac Newton, entre outros) criando o mito do ser humano, herói desbravador, Prometeu indomável e suas obras faraônicas. Segundo o autor a crise ecológica remete à crise do paradigma civilizacional. Uma visão reducionista de estar sobre as coisas e sobre tudo parece residir o mecanismo fundamental da crise civilizacional. A vontade de tudo dominar hoje nos faz assujeitados aos imperativos de uma Terra degradada.

Segundo Frijot Capra , esse paradigma consiste em idéias e valores entrincheirados, como as visões do universo como um sistema mecânico, o corpo humano como maquina, a vida em sociedade como uma luta competitiva pela existência, a crença no progresso imaterial ilimitado por intermédio de crescimento econômico e tecnológico e a crença em que uma sociedade na qual a mulher é, por toda a parte, classificada em posição inferior a do homem é uma sociedade que segue uma lei básica da natureza “

Nos ensaios Ecopsychology, um grupo de psicólogos nos fornece uma nova dimensão poderosa para o movimento ambientalista, sugerindo que ao viver em maior harmonia com o mundo natural, não só ajudamos a salvar nosso planeta da destruição final, mas devemos também melhorar a nossa saúde mental e sermos mais felizes e realizados como seres humanos " (Jane Goodall). A ecopsicologia supõe que no mais nível mais profundo a psique permanece solidária à terra, mãe existencial, e através de nossas transações com o ambiente, podemos observar projeções de necessidades e desejos inconscientes.

Terrance O’Connor, no artigo terapia para um planeta que está morrendo. relata que a ação é necessária, porém a ação com sentimento de culpa pode somente piorar o problema. Estamos em desarmonia com o mundo porque estamos em desarmonia com nós mesmos. O sentimento de culpa é uma indicação disto. Sentir-se culpado é um aviso de que nosso sistema de valores é incongruente, há uma divisão no nosso sentido do eu que precisa ser investigada. Se agimos sem introspecção, nós simplesmente lançamos nosso peso para um dos lados do conflito interior, aumentando a desarmonia. Nossas ações serão incompletas e fragmentadas. Faremos algum movimento simbólico e voltaremos a negar e a minimizar. Curar-se é fazer-se inteiro.
Os ecopsicólogos acreditam que há um vínculo emocional entre os seres humanos e o ambiente natural no qual nos desenvolvemos. A ecopsicologia focaliza o problema da comunicação eficiente com o público em geral que deve ver ao encontro das exigências da revolução ambiental. Contudo, as questões que ela suscita dizem respeito a muito mais do que um simples problema de relações públicas e terapia pessoal. Há uma questão filosófica subjacente. Ela tem a ver com nossa compreensão da natureza humana – ou, se desejar, da natureza da alma. A psicologia é, acima de tudo, o estudo da alma em toda a sua complexidade e contradição. É o estudo do que as pessoas amam e odeiam e temem e necessitam. Em algum ponto, tanto os psicólogos quanto os ambientalistas precisam decidir qual a conexão humana com o planeta que nossa espécie tem posto em perigo.
Em seu aspecto mais ambicioso, a ecopsicologia busca redefinir a sanidade dentro de um contexto ambiental. Ela sustenta que procurar curar a alma sem que se faça referência ao sistema ecológico do qual somos uma parte integral é uma forma de cegueira auto-destrutiva. Os ecopsicólogos estão estudando as ciências ecológicas a fim de reexaminar a psique humana como uma parte integral da teia da natureza. Ter o apoio de uma profissão tão influente seria um ganho bem-vindo para o movimento ambientalista.



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sensibilização

As atividades de sensibilização tiveram o objetivo de evidenciar:

  1. a crise socioambiental contemporânea e suas raizes;
  2. o poder e/ou responsabilidade individual, coletiva, organizacional e social de mudar e/ou reproduzir este cenário de crise;
  3. o paradigma da complexidade; 
  4. a atuação da escola frente a crise socioambiental; 
  5. o papel da gestão do conhecimento na construção de uma escola que reflete, debate e intervém para a construção de uma sociedade ecologicamente mais equilibrada e socialmente mais justa. 

Estrutura do Programa

Como uma obra a ser construída, o Programa de Gestão Ambiental na Escola estrutura-se no trabalho participativo da comunidade escolar e na gestão do conhecimento socioambiental nas escolas. A partir de um planejamento pautado na flexibilidade, busca-se adaptação a realidade de cada unidade escolar com vistas a criação de possibilidades para construção de uma cultura socioambiental crítica emancipatória e intervencionista. 

O PGA Escola foi planejado para contribuir com a identificação de possibilidades/limitações socioambientais e no planejamento de estratégias de intervenção nas mesmas. Estas possibilidades/limitações são abordadas sob dois aspectos; 1) o administrativo operacional, relacionado a criação e acompanhamento de indicadores, consumo consciente, infra estrutura e manutenção; e 2) o pedagógico, onde é possível intervir no uso e criação de estruturas educadoras (horta, laboratório, captação de ação da chuva, viveiro, entre outros) criação de projetos curriculares e interdisciplinares, fomento e apoio a formação e fortalecimento de estruturas participativas (grêmio escolar, conselho deliberativo, APP, entre outras). 

Para a identificação destas possibilidades/limitações com vistas a uma intervenção posterior, o Programa foi planejado através dos seguintes passos; 1) Sensibilização para reflexão sobre a temática socioambiental e o papel da escola frente este cenário, 2) a identificação de demandas e pontos fortes (Diagnóstico Participativo / Quem somos? Em qual contexto estamos iseridos? ), 3) mudanças na política organizacional (Política Ambiental / Qual a nossa missão? Quais os nossos valores e princípios?), 4) o planejamento de ações e sistemas de monitoramento (Sistema de Gestão SocioAmbiental / Como vamos alcançar nossos objetivos e avaliar os resultados?), e 5) a implementação e avaliação das ações (trabalho participativo comprometido). 





Obstáculos iniciais

Após a aprovação do projeto junto ao FEPEMA, passada a alegria inicial pela obtenção de recursos, enfrentamos nosso primeiro desafio para a liberação dos recursos obtidos. Essa maratona só terminou após mais de nove meses de intensas batalhas na tentativa de liberá-lo. Mesmo com todos os documentos em ordem e qualificação de OSCIP, o que deveria facilitar a realização de parcerias com o estado, enfrentamos inúmeros percalços e só em julho de 2009 obtivemos o recurso para iniciar os trabalhos.  


Elaboração da proposta

O projeto foi estruturado como uma pesquisa-ação. Tendo como componente de pesquisa a investigação de possibilidades e limitações na construção de ações socioambientais na escola, e como componente de ação (intervenção) contribuir com comunidades escolares na definição de uma Política Ambiental, e no planejamento e implantação de um Sistema de Gestão SocioAmbiental que permita não apenas identificar, monitorar, avaliar e reduzir o uso de recursos nas escolas, mas seja incorporado culturalmente como ação pedagógica. 

Intitulado Programa de Gestão Ambiental na Escola (PGA Escola), a proposta foi submetida e aprovada o financiamento junto ao Fundo Especial de Proteção ao Meio Ambiente de Santa Catarina em meados de 2008.

O início - Programa de Gestão Socioambiental na Escola

Em 2008, menbros do Klimata mobilizam-se a partir de questionamentos sobre o papel da escola frente a crise socioambiental contemporânea e sua participação na construção da sociedade do conhecimento. 
Questionamentos que originaram debates e ações de construção coletiva entre membros do Klimata e de outras instituições. Momentos que culminaram na elaboração de uma primeira proposta intitulada Programa de Gestão Ambiental na Escola. 
Nesta primeira fase (início de 2008) foi consolidada parceria com a Gerência de Educação da Grande Florianópolis. Instituição parceira na elaboração da proposta inicial.